quinta-feira, 28 de abril de 2011

A palmada pedagógica e a cultura da violência



A criança é um ser em constante desenvolvimento, em constante aprendizado. Mas é criança e reagir, contestar, desobedecer fazem parte do seu comportamento normal. Preocupo-me com crianças que nunca reagem às determinações dos pais. Que nunca dizem não. Mas os pais têm como função e obrigação educar seus filhos. Sendo assim os pais têm que ensinar aos filhos os limites. Crianças que crescem sem limites não se tornarão adultos saudáveis. Preocupa-me ver pais inseguros no dia a dia com seus filhos e diante de seus filhos. As crianças percebem muito bem as inseguranças dos pais em relação a posturas, a condutas, a valores. E isso é muito ruim. Elas precisam de pais que demonstrem conhecimentos, firmeza e determinação na educação dos filhos. Não é tarefa fácil. E como estabelecer os indispensáveis limites? O que fazer diante da criança que reage às determinações dos pais? Parto do princípio que devemos rejeitar qualquer forma de castigo físico. E não me refiro às graves agressões que tanto vi na minha vida de pediatra. Falo do que, para meu espanto, muitos aceitam e justificam e incentivam: o bater para educar, a chamada "palmada pedagógica". Será que é tão difícil entender que o normal é criar crianças sem violência? Considero que a palmada é um ato antes de tudo de covardia. A desproporcionalidade entre a criança que sofre a palmada e o adulto é gritante. A palmada é uma forma de violência contra a criança. É possível até que a criança seja controlada dessa forma. Mas ela aprenderá, e não tenham dúvida disso, que seus pais se descontrolam diante de suas desobediências e resolvem o problema com violência. Os pais que ainda não o fizeram têm que buscar formas de educar seus filhos sem violência. Três regras simples: 1- Não permita que o relacionamento com seu filho se deteriore a ponto de agir com violência. 2- Use o castigo não físico de forma proporcional à desobediência de seu filho. 3- Não permita que seus problemas pessoais interfiram na forma de tratar seu filho. Nesses dias um motorista de táxi, que nunca deu palmadas nos seus filhos de 7 e 11 anos, falou-me da eficácia da ameaça de ficar sem o vídeo game. É apenas um simples exemplo. Garanto que os pais podem descobrir no dia a dia formas de estabelecer os indispensáveis limites para seus filhos, sem palmadas. Há pessoas que afirmam que sofreram várias formas de castigos físicos quando crianças e hoje agradecem a seus pais.


Penso que é um equívoco. O ato de bater para educar é meramente cultural. São séculos de desrespeito às crianças. Temos que quebrar esse vínculo cultural. Esse comportamento anacrônico já permitiu por exemplo que outro educador, o professor, batesse nos alunos, nossos filhos, com palmatória e que os colocassem de joelhos sobre grãos de milho de cara contra a parede na sala de aula. E as babás e "tomadoras de conta". que se sentem autorizadas a bater nas crianças seguindo o exemplo dos pais? Para romper com esse passado é necessário discutir o assunto, falar sobre as dificuldades cada vez maiores de educar filhos no nosso mundo moderno. É necessário ensinar aos filhos a não violência. Temos para isso uma grande parceira: a mídia. Em relação à palmada vivemos um momento de grande importância: o assunto está sendo fartamente divulgado e discutido na mídia. Pesquisas e opiniões são mostradas nos jornais, revistas e TVs. Nas rádios são frequentes os debates. E isso é muito bom. E nesse momento devemos agradecer ao grande marketing que conseguiu a " lei da palmada ".Esse, e apenas esse, é o mérito dessa lei. De resto creio ser ela ineficaz e oportunista. Alguém crê que os pais deixarão de dar palmadas nos filhos por causa da ameaça da lei? Tenho falado da politização e da criminalização da palmada. Isso é inaceitável. A solução não virá por aí. Já está nas nossas leis: crianças têm o direito à saúde, à educação, à vida em família e devem ser protegidas contra qualquer forma de agressão ou negligência. Que os governos e a população cumpram as leis já existentes.


Se é para fantasiar sobre leis, vamos criar a lei do carinho, do afeto, da presença, dos cuidados constantes, do bom exemplo e da autoridade firme que estabelece limites respeitando seus filhos.
Lauro MonteiroEditor

sexta-feira, 15 de abril de 2011


menina de 2 anos chegou sem vida ao hospital . Ela foi trazida pelo padrasto e a mãe. Hoje pela manhã o delegado acionou o Conselho Tutelar de Correntina. Já entramos em contato com o pai da criança, que mora em Aparecida de Goiânia. A menina inclusive ficou na guarda do pai uma vez durante seis meses, segundo o Conselho da região, mas como não descobriram nada que pudesse comprovar agressões da mãe, a criança retornou", informou um representante do Conselho Tutelar de Santa Maria da Vitória que não quis se identificar. Ainda segundo o representante, a menina não tem certidão de nascimento, apenas cartão de vacina. O corpo de Ytharajá está no Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Santa Maria da Vitória e a polícia só poderá confirmar a suspeita de espancamento após o resultado. Há informações ainda não confirmadas de que os suspeitos bebiam muito e de que a menina também já teria sido internada no dia 24 de março em um hospital por causa de infecção.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Mãe e padrasto de criança morta com sinais de espancamento ficarão presos Mãe admitiu que depois que a menina caiu chegou a agredí-la por conta de "nervoso" Carol Neves Redação CORREIOcaroline.neves@redebahia.com.br A mãe e o padrasto da criança de 2 anos que morreu com suspeita de ter sido espancada ficarão detidos na delegacia de Santa Maria da Vitória, a 878 km de Salvador, segundo informações da delegacia local. Ythara Lorrane da Silva morreu por volta das 23h30 da quarta-feira. Segundo o depoimento da mãe, Elisabete Cristina da Silva, 22 anos, a menina tomou uma queda na terça-feira à noite em casa, no povoado de Mucambo, mas ela achou que a criança estava bem e só a levou para o Hospital Municipal de Correntina na quarta-feira, depois que ela começou a apresentar um sangramento com mau cheiro e um inchamento na cabeça. A criança já chegou sem vida ao hospital. Já o padrasto, Maycon de Jesus, 26 anos, admitiu ao delegado Leonardo Souza Soares que depois que a criança caiu Elisabete deu vários tapas na cara da menina. Chamada para depor novamente, Elisabete admitiu a violência, mas disse que ficou nervosa ao ver sua filha desacordada e agiu sem pensar. Por conta da agressão, o delegado vai manter o casal detido enquanto ouve outras testemunhas. Segundo o Conselho Tutelar de Correntina, que foi chamado pelo próprio hospital depois que a criança deu entrada no local com sinais de espancamento, já havia denúncias de maus tratos contra o casal - além da criança de 2 anos, uma outra menina de 6 anos, filha de Maycon, estava temporariamente com os dois, mas deve voltar para a casa da mãe em Goiás. AntecedentesSegundo o Conselho Tutelar, a criança já havia sido internada no hospital com infecção no dia 25 de março, quando Elisabete quis levá-la para casa contra as ordens médicas. Na ocasião, o Conselho foi novamente acionado e impediu que a criança saísse do hospital. Ainda de acordo com o Conselho, o pai biológico da menina, que mora em Aparecida de Goiânia, será contatado nesta sexta-feira. Ele já teve a guarda da criança por seis meses, enquanto era investigada a denúncia de maus tratos contra a menina. Elisabete tem ainda um filho de 4 anos, que mora com o avô, segundo o delegado. A polícia aguarda o resultado do laudo indicando as causas da morte de Ythara. Segundo o delegado Soares, o Ministério Público já foi acionado e também deve acompanhar o caso. (com informações da repórter Midiã Noelle)
CRIME CONTRA CRIANÇA DE 2 ANOS ABALA CONSELHEIROS DE CORRENTINA. Criança de 2 anos, Ythara Lorrane da Silva, chegou morta ao Hospital Municipal de Correntina. Ontem 13/04/11 às 23h30min, conselheiros tutelares de plantão foram chamados pela direção do hospital, mãe e padrasto são suspeitos de espancar filha, relata a conselheira de plantão ao Presidente do CMDCA. Maiores informações passaremos depois, não vamos deixar impune um caso desse, o Brasil inteiro precisa saber. Entrei imediatamente em contato com a TV Oeste de Barreiras, para colocar na midia para não ficar impune esse caso.

quarta-feira, 13 de abril de 2011


O dia 18 de maio foi instituído pela Lei Federal n° 9.970 como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Essa data foi escolhida em razão de um crime que comoveu toda a nação brasileira em 1973, que ficou conhecido como Caso Araceli – uma menina de oito anos de idade foi assassinada após ter sido violentada em Vitória, no Espírito Santo.


Desde o surgimento da data, a sociedade civil, em parceria com o governo federal, organiza e promove atos de mobilização social e política na perspectiva de avançar no processo de conscientização da população sobre a gravidade da violência sexual.

quarta-feira, 6 de abril de 2011





Dez maneiras de contribuir para uma infância sem racismo

1. Eduque as crianças para o respeito à diferença. Ela está nos tipos de brinquedos, nas línguas faladas, nos vários costumes entre os amigos e pessoas de diferentes culturas, raças e etnias. As diferenças enriquecem nosso conhecimento.

2. Textos, histórias, olhares, piadas e expressões podem ser estigmatizantes com outras crianças, culturas e tradições. Indigne-se e esteja alerta se isso acontecer – contextualize e sensibilize!



3. Não classifique o outro pela cor da pele; o essencial você ainda não viu. Lembre-se: racismo é crime.



4. Se seu filho ou filha foi discriminado, abrace-o, apoie-o. Mostre-lhe que a diferença entre as pessoas é legal e que cada um pode usufruir de seus direitos igualmente. Toda criança tem o direito de crescer sem ser discriminada.


5. Não deixe de denunciar. Em todos os casos de discriminação, você deve buscar defesa no conselho tutelar, nas ouvidorias dos serviços públicos, na OAB e nas delegacias de proteção à infância e adolescência. A discriminação é uma violação de direitos.


6. Proporcione e estimule a convivência de crianças de diferentes raças e etnias nas brincadeiras, nas salas de aula, em casa ou em qualquer outro lugar.




7. Valorize e incentive o comportamento respeitoso e sem preconceito em relação à diversidade étnico-racial.




8. Muitas empresas estão revendo sua política de seleção e de pessoal com base na multiculturalidade e na igualdade racial. Procure saber se o local onde você trabalha participa também dessa agenda. Se não, fale disso com seus colegas e supervisores.
9. Órgãos públicos de saúde e de assistência social estão trabalhando com rotinas de atendimento sem discriminação para famílias indígenas e negras. Você pode cobrar essa postura dos serviços de saúde e sociais da sua cidade. Valorize as iniciativas nesse sentido.


10. As escolas são grandes espaços de aprendizagem. Em muitas, as crianças e os adolescentes estão aprendendo sobre a história e a cultura dos povos indígenas e da população negra; e como enfrentar o racismo. Ajude a escola de seus filhos a também adotar essa postura. Fotos: João Ripper e Manuela Cavadas – © UNICEF

Campanha Por uma infância sem racismo


Crianças e adolescentes têm direito a conhecer e valorizar os diferentes modos de agir, de pensar, de ver o mundo e de aprender a se relacionar com o outro.


Seria possível uma infância sem racismo?

Seria possível termos todas as crianças de até 1 ano de idade sobrevivendo?

Seria possível um Brasil com todas as crianças – sem faltar nenhuma delas – tendo seu nome de família assegurado no registro civil de nascimento?

Seria possível termos todas as crianças – sem faltar nenhuma delas – com acesso a educação integral?

Seria possível termos todas as crianças livres dos efeitos da discriminação racial?

Depende de nós!

A discriminação racial persiste no cotidiano das crianças brasileiras e se reflete nos números da desigualdade entre negros, indígenas e brancos.

Com a campanha Por uma infância sem racismo, o UNICEF e seus parceiros fazem um alerta à sociedade sobre os impactos do racismo na infância e adolescência e a necessidade de uma mobilização social que assegure o respeito e a igualdade étnico-racial desde a infância.

Baseada na ideia de ação em rede, a campanha convida pessoas, organizações e governos a garantir direitos de cada criança e de cada adolescente no Brasil.





sexta-feira, 1 de abril de 2011


“Tem coisas que não dá para fingir que não vê. Violência sexual contra crianças e adolescentes é crime. Denuncie.


Denúncias

O conceito da campanha – “Tem coisas que não dá para fingir que não vê. Violência sexual contra crianças e adolescentes é crime. Denuncie. A bola está com você” – convoca a sociedade para uma ação conjunta que contribua para reduzir a incidência de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes, que aumenta em períodos festivos. O símbolo da campanha deste ano é uma grande bola amarela, pintada com bolas mais claras e um borrão verme lho, representando a sociedade em torno do problema que precisa ser enfrentado.

De acordo com a Secretaria de Direitos Humanos, serão distribuídas peças com a arte da campanha, que também estará presente em espaços de rádio, televisão e mídia impressa, divulgando o Disque Direitos Humanos (Disque 100), serviço gratuito que já funciona das 8h às 22h e que, a partir de 1º de março, ficará ligado 24 horas por dia, sete dias por semana, para receber denúncias de violência contra crianças e adolescentes. As denúncias também podem ser feitas pelo site www.disque100.gov.br ou pelo endereço eletrônico disquedenuncia@sedh.gov.br.

Entre maio de 2003 e dezembro de 2010, o Disque 100 já fez cerca de 2,5 milhões atendimentos e encaminhou mais de 145 mil denúncias de todo o País, atendendo 89% dos municípios brasileiros.

Em todo o País, há cerca de 2 mil Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas) que funcionam com recursos do MDS. Nessas unidades públicas, serviços especializados e continuados são ofertados a famílias e indivíduos em situação de ameaça ou violação de direitos (violência física, psicológica, sexual, tráfico de pessoas, cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto, entre outras).